quarta-feira, 3 de março de 2010

CIÊNCIA x RELIGIÃO


Retirei um fragmento de Anjos e Demônios, esta incrível obra de Dan Brown, que nos leva a uma reflexão profunda sobre nossa criação...
“Aos homens de ciência, deixem que lhes diga uma coisa. Vocês ganharam a guerra.
As engrenagens estão em movimento há muito tempo. Sua vitória foi inevitável. A ciência é o novo Deus.
Medicina, comunicações eletrônicas, viagens espaciais, manipulação genética, estes são os milagres sobre os quais agora falamos ás nossas crianças. Estes são os milagres que alardeamos como prova de que a ciência nos trará as respostas. As histórias antigas de concepções imaculadas e mares que se abrem não são mais relevantes. Deus ficou obsoleto. A ciência venceu a batalha.
A ciência pode ter aliviado os sofrimento das doenças e dos trabalhos enfadonhos e fatigantes, pode ter proporcionado uma série de aparelhos engenhosos para nossa conveniência e distração, mas deixou-nos em um mundo sem deslumbramento. Nossos crepúsculos foram reduzidos a comprimentos de ondas e frequências. As complexidades do universo foram desmenbradas em equações matemáticas. Até o nosso amor-próprio de seres humanos foi destruido. A ciência proclama que o planeta Terra e seus habitantes são um cisco insignificante no grande plano, um acidente cósmico. Até a tecnologia que prometeu nos unir, ao contrário, só nos divide. Cada um de nós está hoje eletronicamente conectado ao globo inteiro e, entretanto, todos nos sentimos sós. Somos bombardeados pela violência, pela divisão, pela desintegração e pela traição. O ceticismo passou a ser uma virtude. O cinismo e a exigência de provas para tudo comverteram-se em pensamento esclarecido. Alguém ainda se admira que as pessoas hoje se sintam mais deprimidas e derrotadas do que qualquer outra ocasião da história do homem? Será que existe alguma coisa que a ciência considere sagrada? A ciência procura respostas usando fetos não-nascidos como material de pesquisa. A ciência até se atreve a reorganizar nosso DNA. Despedaça o mundo de Deus em parcelas cada vez menores em busca de significados e só encontra mais perguntas.
A velha guerra entre a ciência e a religião está encerrada. Venceram. Mas não venceram honestamente. Não venceram fornecendo respostas. Venceram redirecionando nossa sociedade de modo tão radical que as verdades que outrora víamos como diretrizes agora parecem inaplicáveis. A religião não tem capacidade de acompanhar isso. O crescimento científico é exponencial. Alimenta-se de sí mesmo como um vírus. Cada novo avanço abre caminho para outros. A humanidade levou milhares de anos para evoluir da roda para o automóvel. E apenas décadas do automóvel para o espaço. Atualmente, calculamos por semana o progresso científico. Estamos girando fora de controle. O abismo entre nós se aprofunda sem parar e, à medida que a religião vai ficando para trás, as pessoas se vêem em um vazio espiritual. Imploramos pelo sentido das coisas. E, acreditem, imploramos de fato. Vemos óvnis, frequentamos médiuns, buscamos contato com os espíritos, experiências extracorpóreas, uso do poder mental. Todas essas idéias excêntricas têm um verniz científico, mas são descaradamente irracionais. São o grito desesperado da alma moderna, solitária e atormentada, deformada por seu próprio esclarecimento e por sua incapacidade de aceitar que haja sentido em qualquer coisa que seja estranha a tecnologia.
A ciência, dizem vocês, vai nos salvar. A ciência, digo eu, nos destruiu. Desde o tempo de Galileu, a igreja vem tentando diminuir o ritmo da marcha implacável da ciência, às vezes por meios equivovados, mas sempre com intenções benéficas. Ainda assim, as tentações são grandes demais para o homem resistir. Previno-os, olhem em torno de si. As promessas da ciência não foram mantidas. As promessas de eficiência e simplicidade resultaram somente em poluição e caos. Somos uma espécie despedaçada e frenética, seguindo um caminho que leva a destruição.
Quem é esse deus-ciência? Quem é esse deus que oferece poder a seu povo, mas nenhuma estrutura moral para lhe dizer como usar este poder? Que tipo de deus dá fogo a uma criança, mas não a avisa sobre seus perigos? A limguagem da ciência não vem com diretrizes sobre o bem e o mal. Os livros científicos explicam-nos como criar uma reação nuclear, mas não tem nenhum capítulo discutindo se é uma boa ou má idéia.
A religião está cansada. Estamos exaustos de tanto tentar ser uma diretriz para o mundo. A religião esta esgotada por ser a voz do equilíbrio enquanto a ciência se atira de cabeça em sua busca por chips menores e lucros maiores. Sem controle, o mundo anda tão depressa que, se pararmos por um instante que seja para refletir sobre as implicações, alguém mais eficiente pode ultrapassá-lo em um piscar de olhos. Por isso, vocês vão em frente. Promovem o aumento das armas de destruição em massa, mas é a religião que tem que suplicar aos líderes mundiais que tenham prudência. Clonam criaturas vivas, mas é a religião que tem de lembrar a necessidade de considerarmos as implicações morais de nossos atos. Incentivam as pessoas a interagir através de telefones, telas de vídeo e computadores, mas é a religião que abre suas portas e nos lembra de comungar aqui, no mundo real. Vocês até matam bebês que ainda não nasceram em nome de pesquisas que salvarão vidas. Mas uma vez, cabe à religião comprovar a falácia de tal raciocínio.
E, o tempo todo, proclamam que a religião é ignorante. Quem é mais ignorante, porém? O homem que não sabe definir o raio que cai durante um temporal ou o que não respeita seu poder admirável? Querem da religião uma prova da existência de Deus. Usem seus telescópios para olhar o céu e digam como é possível não existir um Deus! Perguntam com que Deus se parece, e a resposta é uma outra pergunta: Não vêem Deus em sua ciência? Como podem deixar de vê-lo! Proclamam que a menor alteração na força da gravidade ou no peso de um átomo teria convertido nosso universo em uma névoa sem vida em vez do magnífico mar de corpos celestes que contemplamos, e ainda assim deixam de ver a mão de Deus nisso? Será que é mesmo tão mais fácil acreditar que escolhemos a carta certa em um baralho em que há bilhões delas? Será que estamos tão fálidos espiritualmente que preferimos acreditar numa impossibilidade matemática e não em um poder maior do que nós?
Se acreditam em Deus ou não, têm de acreditar nisto: quando nós, como espécie, abandonamos a confiança em um poder maior do que nós, abandonamos tabém nossa noção da obrigatoriedade de prestar contas. A fé, todas as formas de fé, são advertências de que existe algo que não podemos compreender. algo a que temos de responder. Com fé, prestamos contas uns aos outros, a nós mesmos e a uma verdade maior. A religião é falha, mas só porque o homem é falho. Se o mundo pudesse ver a religião além do ritual de dentro das parede de um templo, veria um milagre moderno, uma fraternidade de almas imperfeitas e simples, querendo apenas ser uma voz de compaixão em um mundo do qual se está perdendo o controle.
Será que o mundo realmente precisa de uma voz para os pobres, os fracos, os oprimidos, para as crianças que ainda não nasceram? Será que realmente precisamos de almas como essas que, apesar de imperfeitas, passam a vida nos implorando para seguirmos as diretrizes da moralidade e não nos estraviarmos de nosso caminho?
As forças são poderosas, mas não são invensíveis. O bem pode prevalecer. Ouçam a voz de seus corações. Ouçam a voz de Deus. Juntos, podemos recuar desse abismo.”

3 comentários:

  1. Adorei... principalmente essa parte:
    A religião é falha, mas só porque o homem é falho. Se o mundo pudesse ver a religião além do ritual de dentro das parede de um templo, veria um milagre moderno, uma fraternidade de almas imperfeitas e simples, querendo apenas ser uma voz de compaixão em um mundo do qual se está perdendo o controle.

    PS: a galera te mandou um recado: coloca uma foto recente pq essa é do teu baile de debutante com fita minosa e tudo, hahaha

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  2. Galera do Cruz de Malta

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  3. KKKKKKK! venceu? até 2025 o número de Cristãos será 2.7 bilhões, o de Ateus apenas 136 milhões. Acorda bando de ingênuos, até 2050 o Brasil terá 80% da população fazendo parte de Crentaiada, enquanto problemas existirem a religião vai existir.

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